quarta-feira, 25 de abril de 2012

A Liberdade, quando nasce, é para todos.

A Liberdade, quando nasce, é para todos.
17:42 por António Pedro Barreiro

Hoje, Portugal comemorou, uma vez mais, a Revolução que libertou o País de um regime autoritário e opressivo que, durante 48 anos, o subjugou. A descarada e totalmente despudorada complacência com o cartelismo económico, a promoção de um crescimento estéril assente no investimento estatal e nas grandes obras públicas, a tímida aposta na qualificação profissional e, obviamente, os atentados à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa deixaram na Nação marcas profundas que, quase 40 anos volvidos, ainda são visíveis. Quase 40 anos volvidos, continuam também a ouvir-se as aguerridas reivindicações dos que, apesar de empenhados na abolição do direito à propriedade, se afirmam, com despudorada insistência, donos desta Revolução. Não, o 25 de Abril não se fez para deleite dos 290.000 votantes do Bloco nem para regozijo dos 440.000 eleitores da CDU. Fez-se para que todos os Portugueses pudessem ser verdadeiramente livres. Livres de se expressarem sem terem como destino um Gulag, livres de investir e criar empregos sem temer a expropriação, livres de se destacarem pelo esforço e pelo trabalho, sem temer o esbulho fiscal a pretexto de um pretenso igualitarismo que tira a todos para dar ao Estado, livres de escolher os seus governantes sem que minorias ressaibiadas procurem ganhar nas ruas o voto de confiança que o povo lhes recusou nas urnas.
O 25 de Abril não se fez para ser refém de uma associação de militares ou de um conjunto de políticos. Fez-se para que, quando 2,3 milhões de Portugueses votam num Governo, a legitimidade desse Governo seja aceite e reconhecida por todos, mesmo pelos que têm diferenças programáticas com a coligação que sustenta o Executivo.
Já sabíamos que a extrema-esquerda sempre teve uma relação difícil com a democracia. O próprio Álvaro Cunhal corroborou esse facto ao afirmar, numa célebre entrevista ao L'Europpeo "As eleições não me interessam nada!" Para os marxistas, como para Salazar, sempre foi mais fácil - e mais cómodo - medir o apoio popular em manifestações do que em actos eleitorais. Não é, portanto, de estranhar, que o aparelho do Bloco e os sindicatos do PCP tenham procurado monopolizar a manifestação de comemoração da Revolução. O que é, indubitavelmente, peculiar é que esse protagonismo tenha sido disputado pelos jovens do PS que, aparentemente, lideraram a marcha transportando uma faixa na qual se podia ler "Somos todos Gregos". O PS, que fez a dívida pública disparar para os 111% do PIB para alimentar o gigantismo do Estado e o assistencialismo e obrigou Portugal a recorrer à ajuda externa, sugere agora ao Governo que não cumpra o memorando que o próprio PS negociou e assinou, em nome de Portugal.
Não, não somos Gregos. Somos Portugueses e continuamos tão empenhados e comprometidos com a Liberdade como na madrugada que despontou há 38 anos. Foi por isso que votámos massivamente nos partidos que afirmavam querer cumprir o Memorando e é por isso que continuamos a querer cumpri-lo. Para nos libertarmos das amarras da dívida e das mordaças do défice. Ontem, como hoje, o Povo unido jamais será vencido.

Aos hipotéticos leitores deste blog

Aos hipotéticos leitores deste blog
08:00 por António Pedro Barreiro

Alguém disse, certa vez, que a introspecção "leva à dúvida, e não ao conhecimento". No entanto, e não obstante a aparente inutilidade do exercício introspectivo para consumo próprio, vejo-me forçado a recorrer a ele para que os hipotéticos leitores deste blog conheçam um pouco melhor quem nele escreve. Gosto de História desde que me lembro e vejo no estudo do passado um instrumento imprescindível para o delineamento do futuro. Esse delineamento, que reconheço na Política, constitui outra paixão minha. Assumo-me como Patriota, Liberal-Clássico e Conservador e tenho em Kant, Locke, Burke, Hayek, Churchill, Reagan, Herzl e Thatcher as principais referências políticas e filosóficas. Sou filiado na Juventude Popular desde 26 de Abril de 2009, o primeiro dia em que me foi possível estatutariamente, mas a primeira campanha política em que participei teve lugar quatro anos antes. Iniciei a minha actividade na blogosfera em Janeiro de 2009, com o Ser(vir) Portugal, um blog individual que mantive até Agosto de 2010. Dois meses antes, havia iniciado a minha participação no Margem Direita, um blog colectivo escrito por jovens que partilham muitas das minhas convicções políticas. Este espaço, onde cresci e amadureci o meu pensamento, permanece, até à data, activo. A leitura é um vício que incuti a mim mesmo e no qual aprendi a encontrar a estabilidade necessária para enfrentar o quotidiano. Adoro cinema e encontro em V for Vendetta, Casablanca e Anonymous os meus filmes preferidos. Aprecio muitos tipos de música, desde a ópera ao jazz, mas é a música clássica que faz as minhas delícias, especialmente se a melodia em causa for da autoria de Tchaikovsky, Wagner ou Verdi. A falsidade, o preconceito e a banalidade partilham com as favas e o kuduro o condão de me irritar profundamente.