Há precisamente 11 anos, um bombista suicida do Hamas fazia-se explodir num hotel em Netanya, Israel, onde mais de 200 pessoas se encontravam a celebrar a Páscoa Judaica. Morreram 28 civis, a maior parte dos quais idosos. Algumas das vítimas tinham sobrevivido aos horrores dos campos de concentração apenas para perecerem no coração da sua Pátria ancestral, perante os horrores do extremismo islâmico. O mais jovem dos mortos tinha 20 anos e uma vida pela frente.
Os escombros de Netanya
Não se prevê que os caídos de Netanya façam hoje grandes manchetes nos jornais ou dêem direito a longas reportagens na televisão. Tal como não se prevê que algum meio de comunicação social se refira às celebrações de júbilo que, todos os anos, esta data despoleta em Gaza.
Não, de Gaza só se falará quando os rockets que o Hamas lança a partir de escolas primárias, mesquitas e hospitais forçarem os Israelitas a atacar uma destas infra-estruturas. De Gaza só se falará quando isso permitir culpar Israel. Enquanto isso não se proporciona, enchem-se jornais com artigos sobre a depilação púbica ou a pavimentação das ruas de Lisboa. Porque a frivolidade é mais fácil. É menos polémica. Porque o verdadeiro jornalismo dá trabalho. E porque tratar o terrorismo pelo seu verdadeiro nome é "pouco tolerante".