Termina hoje a XX edição do Estoril Political Forum, um ciclo de colóquios e debates que, durante 3 dias, trouxe ao Estoril uma luxuosa panóplia de oradores que primaram simultaneamente pela eloquência e pela qualidade científica.
Durante três dias, os participantes nesta iniciativa tiveram a possibilidade de debater temas fulcrais para a actualidade nacional, a questão europeia e o panorama político mundial com convidados como António Borges, Guilherme d'Oliveira Martins, Martim Avillez Figueiredo, José Manuel Fernandes, André Azevedo Alves, Miguel Morgado, António José Seguro, Lord Raymond Plant, Anthony O'Hear, Paul Flather e Celia Sandys, neta de Winston Churchill.
As fortes e vincadas opiniões manifestadas por estes e outros oradores marcaram indubitavelmente esta edição do Estoril Political Forum, provando que, também em Portugal, é possível discutir estes temas com a seriedade que implicam e a profundidade que os reveste. Atrevo-me a afirmar que, durante estes 3 dias, no Estoril, conseguimos chegar ao cerne de muitos dos problemas que afectam o nosso quotidiano e que foram traçadas algumas hipotéticas soluções de futuro que permitam alcançar uma sociedade mais tolerante e mais aberta, segundo as teorias políticas preconizadas por Karl Popper.
Contudo, não obstante o profundo contributo desta iniciativa para a formação pessoal dos participantes, o que se debateu no Estoril durante estes três dias só terá um verdadeiro impacto na nossa sociedade se esta estiver disposta a tomar parte nesta discussão. A precariedade da situação nacional, a incerteza da cena europeia e os desafios da actualidade global exigem dos cidadãos um envolvimento activo e comprometido num debate alargado que permita traçar alternativas de futuro, eventualmente baseadas nas ideias popperianas.
De resto, não obstante a importância do que debatemos, parecem-me especialmente relevantes as homenagens que foram dirigidas às virtudes de figuras como Churchill, Adenauer, Monsenhor João Evangelista e D. Jaime Gonçalves, Bispo da Beira (Moçambique), que constituíram uma autêntica nota de esperança na capacidade do ser humano para se reinventar e revelar a sua melhor faceta perante às dificuldades. Oxalá os Portugueses o consigam fazer...